Não são perguntas que peçam uma resposta, são divagações, pensamentos transbordantes de mim. É tanto o que me corre por dentro, que não cabendo mais, extravasa e me sai pelos dedos, invariavelmente mais vezes, que aquelas que me sai pela boca.
Não que seja por medo, mas não articulo verbalmente com a mesma segurança que quando o faço escrevendo. Escrevendo não sou interrompida no raciocínio lógico, ou nem por isso. Não se baralham as conversas, como nos acontece quando, a horas tardias só nossas, começamos inúmeras e terminamos muito poucas. Depois ficam sempre conversas por conversar, conversas que não são menos importantes só pelo facto de serem banais. Não há banalidade em nós, tudo faz parte, tudo é necessário, e até a desconversa que nos faz rebentar em gargalhadas.
Não te pergunto, permito-me ir esclarecendo receios ao mesmo tempo que os tento ultrapassar, faço os meus filmes, sempre fui uma grande argumentista da minha história, hoje, mais madura e menos novelista, porém, ainda incorro no erro de sofrer por antecipação, até que o meu pequeno lado racional ergue mais alto a sua voz e capta a minha atenção - respiro, revejo, reformulo e reescrevo. São baldes cheios de papel virtual amarrotado e são pequenas histórias definitivas que se podem ler no papel. Nelas, e mesmo nas tristes, procuro sempre olhar o lado positivo, e nos momentos mais sóbrios das minhas emoções, eu consigo acreditar, e continuar a acreditar.
Acredito essencialmente nas pessoas, digo-o sempre. É meu dever acreditar pela firme convicção de que sou uma pessoa de confiança e espero a mesma atitude para comigo. Tenho para mim, que se me enganar, não fui eu quem errou, mas quem não foi digno da minha confiança... e sigo... eu sigo sempre!
Cometo erros, muitos, tenho defeitos também, mas tenho orgulho na capacidade de fazer o mea culpa, liberta-me.
Não respondas...
Não sei falar muito de mim, mas sei mostrar quem sou, o que sinto e o que quero, já percebeste?
Não respondas...